Macroeconomia

janeiro 20, 2021

Contas externas de novembro indicam uma economia razoavelmente equilibrada

O Banco de Portugal divulgou os dados de novembro relativos às contas externas. Destacamos, o seguinte: 

1 – O défice da Balança Corrente em percentagem do PIB, últimos 12 meses: -1,10% vs. -0.1% em novembro de 2019 e Média Móvel dos últimos 12 meses (12MMM): -0,6% e 3MMM: -1,1% (desde o início do ano: -1,0%);

2 – O saldo negativo da Balança de Bens (somente bens) em percentagem do PIB (últimos 12 meses) está nos -5,80% vs. 12MMM: -7,10% e 3MMM: -6,0% (desde o início do ano -5,6%);

3 – O saldo negativo da Balança de Bens caiu em outubro -39% homólogo e compara com 12MMM: -30% e 3MMM: -41% (-33% no acumulado do ano);

4 – O saldo positivo da balança de Viagens e Turismo (somente receitas de turismo) em percentagem do PIB (últimos 12 meses) foi de 2,70% vs. 12MMM: +4,80% e 3MMM: +3,00%;

5 – O saldo positivo da Balança de Viagens e Turismo caiu em novembro -60%, homólogo e compara com 12MMM: -50% e 3MMM: -61% (no acumulado do ano -61%).

Os dados das contas externas em novembro apesar de negativas, mantem a tendência positiva que caracteriza este abrandamento económico. Ou seja, ao contrário da última crise, no seu início, período 2010/11, os principais indicadores externos estavam profundamente desequilibrados, com as Contas Correntes a registarem um défice perto dos 10% do PIB, o que compara com um valor hoje de 1%; enquanto as receitas líquidas do Turismo se encontram hoje ligeiramente abaixo da referência dos 3% do PIB, exatamente como se encontravam há cerca de 10 anos. De facto, e tal como já escrevemos no passado, o défice da balança de bens está ligeiramente abaixo dos 6% vs. valores perto dos 11% em 2010/11.

Em resumo, sem dúvida a economia portuguesa está hoje muito mais equilibrada do que há 10 anos, apesar da pandemia ter provocado uma deterioração nas contas externas e uma vez que a economia europeia inicie o desconfinamento e registe recuperação, será de esperar uma resposta rápida da economia portuguesa.  

Fonte: BoP, AS Independent Research


Artigo de autoria:
António Seladas, CFA

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