Macroeconomia

janeiro 20, 2022

Indicador Coincidente do Consumo Privado mantém ajustamento lento

O Banco de Portugal (BoP) divulgou, os indicadores coincidentes de dezembro, relativos à Atividade Económica e Consumo Privado. Os indicadores coincidentes procuram caracterizar a situação atual da atividade económica numa área particular, neste caso, o Consumo Privado e a Atividade Económica em geral, ou seja, retratam a evolução subjacente (importante realçar que os dados históricos recentes são frequentemente revistos).

Os dados foram os seguintes:

1 – Indicador Coincidente de Atividade Económica: +3,6% homólogo. Compara com média móvel de 12 meses (12MMM) +1,7% e 3MMM +3,60%;

2 – Indicador Coincidente de Consumo Privado: +5,5% homólogo. Compara com 12MMM: +4,10% e 3MMM: +6,10%.           

Os indicadores coincidentes em dezembro mantiveram-se resilientes, nomeadamente o indicador de Atividade Económica, 3,6% homologo em linha com media de 3 meses. Entretanto, o indicador de Consumo Privado tem vindo a ajustar, o que provavelmente se entende devido à á intensidade da variante Ómicron, mas também pelo forte desempenho na recuperação e como tal um ceto esgotamento. Ainda assim, o ajustamento deverá ser lento, de facto os primeiros meses de 2022, deverão ainda mostrar um desempenho robusto do Indicador de Consumo Privado, beneficiando do efeito base favorável (o início de 2021, foi dominado pelas políticas de confinamento).

Em resumo, os dados de dezembro mantêm-se resilientes, apesar de algum abrandamento no Consumo Privado. Acreditamos que o ajustamento se manterá, mas deverá ser lento, uma vez que em geral as políticas monetárias e fiscal se mantêm acomodatícias. A política de rendimentos poderá introduzir algum ruido, nomeadamente se a inflação continuar a progredir acima da subida dos salários.

Fonte: BoP, AS Independent Research


Artigo de autoria:
António Seladas, CFA

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