Macroeconomia

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Em julho, os depósitos continuaram a registar um crescimento relevante +5,20% homólogo, dos quais Particulares + 7,38%; enquanto os empréstimos finalmente registaram crescimento (+0,3%), essencialmente, crédito ao Consumo (3,3%) e Hipotecário (+0,5%). Por último, as taxas de juro nos novos empréstimos mantêm-se abaixo das taxas dos empréstimos em carteira, nomeadamente no crédito imobiliário, perspetivando-se uma forte reindexação em baixa nos próximos trimestres.

O Banco de Portugal (BdP) divulgou, o segundo conjunto de dados, sobre o sector bancário, referente a julho. Os dados divulgados referem-se às taxas de juro nos novos Empréstimos às Empresas, Hipotecas e Consumo e as taxas de juro que remuneram os novos Depósitos.

Realçamos o seguinte:   

1. Taxas de juro nos Empréstimos:

• Não Financeiras (novos empréstimos): 5,26% vs. empréstimos em stock: 5,54% vs. 12Meses Média Móvel: 5,68% e 3MMM: 5,42%;
• Hipotecas (novas): +3,70% vs. Stock: 4,52% vs. 12MMM: +3,99% e 3MMM: 3,72%;
• Consumo e Outros Fins (novos): +7,98% vs. Stock: 8,38% vs. 12MMM: 7,94% e 3MMM: 7,95%.

2. Taxas de Juro médias nos Depósitos (até 1 ano):

• Empresas (novos): 3,11% vs. Stock: 2,95% vs. 12MMM: 3,29% e 3MMM 3,23%;
• Indivíduos (novos): +2,65% vs. Stock: 2,05% 12MMM: 2,72% e 3MMM: 2,69%.

3. Margem Intermediação Líquida (NIM, proxy):

• Novos Empréstimos/Novos Depósitos: 2,13% vs. Stock: 3,18% vs. 12MMM: 2,30% e 3MMM: 2,12%.

Separadamente, o BoP publicou, a meio da semana passada, os volumes nos Depósitos e Empréstimos e volumes de crédito em incumprimento. Salientamos o seguinte:

• Empréstimos totais: +0,3% homólogo vs. 12MMM -1,2% e 3MMM +0,1% (Empresas: -1,1% homólogo; Hipotecas: +0,5% e “Consumo e Outros fins”: +3,3%);
• Depósitos Totais: 5,19% homólogo vs. 12MMM +0,9% e 3MMM 5,3%;
• Rácio Empréstimos/Depósitos: 0,8143 vs. 12MMA: 0,8336 e 3MMA: 0,8154;
• Créditos em Incumprimento: Empresas 1,99% vs. 12MMM: 2,09%; Hipotecas: 0,25% vs. 12MMM 0,26% e “Consumo e Outros Fins” 2,61% vs. 12MMM 2,78%.

Comentário: Os Depósitos mantêm um registo positivo, nomeadamente os depósitos dos particulares que crescem 7,4% homólogo, enquanto os Empréstimos totais, numa base homóloga, crescem finalmente, o primeiro mês desde março de 2023, essencialmente devido ao crédito ao Consumo (+3,3%) e Imobiliário (0,5%), enquanto o crédito a Empresas se mantém deprimido (-1,1% homólogo). Por fim, as taxas de juro nos novos empréstimos e depósitos mantêm a tendência de ajustamento suave, enquanto a taxa de intermediação se mantém estável em níveis reduzidos, sendo que a taxa de intermediação na variável stock se encontra significativamente acima, esperando-se pressão em baixa, à medida que os empréstimos, nomeadamente hipotecas, reindexam.  

Fonte: Banco de Portugal, INE, AS Independent Research