outubro 04, 2021
Em agosto, a dívida pública caiu em cadeia em valores absolutos e relativos, pelo segundo mês consecutivo, não sendo claro o motivo, isto porque a execução fiscal de agosto, foi neutra. De qualquer forma, reforça a ideia que o objetivo para o final de 2021 de um rácio de divida publica/PIB de 128%; será atingido, senão ultrapassado.
O Banco de Portugal (BdP) divulgou, na passada sexta-feira os valores da dívida pública relativos a julho, sendo de destacar, o seguinte:
1 – O nível bruto de dívida pública encontra-se nos €273 585 milhões; +2,40% homólogo; -0,4% em cadeia e 131% em percentagem do PIB (assumindo PIB nominal 3T21: +5%); compara com 12MMM (12 meses média móvel): 133,3% e 3MMM: 132,4%;
2 – O nível líquido de divida pública (depois de se deduzir os depósitos das administrações públicas) encontra-se nos €251 528 milhões; +3,7% homólogo; -1,31% sequencial e 122,2% em proporção do PIB vs. 12MMM: 122% e 3MMM: 123,2%.
Comentário: os dados de agosto da divida publica, surpreenderam pela positiva, uma vez que os valores caíram sequencialmente, apesar da execução fiscal de agosto ter sido equilibrada, ou seja o défice no ano manteve-se semelhante ao valor de julho. É normal que a execução fiscal não acompanhe linearmente a evolução da divida, no entanto, estamos habituados a aumento das responsabilidades que não derivam de défices mensais superiores, mas não o contrário, como foi o caso (apesar de uma execução fiscal em agosto neutra, as responsabilidades reduziram-se). Quanto ao rácio de divida publica em percentagem do PIB, e tal como escrevemos no passado, julgamos que o objetivo de 128% da divida publica em percentagem do PIB, será alcançado. De facto, um défice orçamental de 4,4% do PIB, deverá ser atingido e nessa situação o objetivo de 128% da divida em percentagem do PIB, objetivo do governo, é perfeitamente plausível.
Em suma, a evolução da divida publica em agosto surpreendeu pela positiva apesar da execução fiscal ter sido equilibrada e reforçou a ideia que o objetivo de final do ano de divida publica em percentagem do PIB nos 128%, será alcançado, senão ultrapassado, tendo em conta a folga em termos de depósitos.
Fonte: Banco de Portugal, AS Independent Research
António Seladas, CFA
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