julho 01, 2025
(tempo de leitura: 3 minutos)
Vendas no retalho em maio, volume, 5,5% homólogo (não-alimentar 5,8% e alimentar 5,2%), voltaram a surpreender, em contraste com outros dados que indicam fraqueza na economia. O desempenho positivo das contas publicas, em parte devido a menores reembolsos de IRS, poderia ter afetado as vendas no retalho, mas não terá sido o caso.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou os valores de maio relativos às vendas no retalho.
Os dados foram os seguintes:
1 – Índice do volume de negócios no comércio a Retalho a preços constantes (sem as vendas de combustível, automóveis e ajustamentos sazonais), ou seja, sem o impacto dos preços, +5,5% homólogo, vs. Média Móvel de 12 meses (12MMM) +5,0% e 3MMM +4,7%;
2 – “Produtos não-Alimentares” a preços constantes (sem vendas de combustível e automóveis) +5,8% homólogo vs. 12MMM: +4,6% e 3MMM: +3,4% (venda de automóveis em maio: +18,6%);
3 – “Produtos Alimentares” a preços constantes: 5,2% homólogo vs. 12MMM: +5,4% e 3MMM: +6,1%;
4 – “Produtos Alimentares” a preços correntes (dados nominais, incluindo o efeito preço) +6,7% homólogo vs. 12MMM +5,5% e 3MMM: 7,0%;
4 – “Têxteis, Vestuário e Calçado” (dados nominais, incluindo o efeito preço) +3,6% homólogo vs. 12MMM: 5,5% e 3MMM: 0,1%;
5 – “Artigos para o Lar” -0,8% homólogo (dados nominais) vs. 12MMM: 1,1% e 3MMM: -1,2%;
6 – “Vendas por Correspondência, Internet e Outros Meios” (dados nominais) +7,8% homólogo vs. 12MMM 4,7% e 3MMM 3,6%.
Comentário: As vendas no retalho, em volume, em maio, voltaram a surpreender +5,5% homólogo, acima das médias móveis, das quais Alimentar 5,2% e Não-alimentar 5,8%. De facto, os consumidores portugueses em maio mantiveram-se muito ativos, comprando Alimentação e Não-Alimentação; aparentemente, não sentido o efeito do aperto fiscal, menores reembolsos de IRS (em abril e maio, o Estado Português reduziu o défice em cerca de €1.4Mil milhões). Este conjunto de dados contrasta também com a evolução da Indicador Diário de Atividade Económica, divulgado às quintas-feiras, pelo BdP, que indica fraqueza na economia.
Fonte: INE, AS Independent Research
António Seladas, CFA
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