fevereiro 15, 2024
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Os aumentos salariais brutos no 4T23 cresceram, em termos homólogos 6,1%; inferior aos valores registado nos trimestres anteriores, mas com ganhos mais expressivos relativos à inflação, concretamente. inflação média no 4T23: 3%. A margem positiva deverá manter-se, nos próximos trimestres, ainda que se reduzindo, aumentos inferiores e inflação estável ou a subir. Por fim, esta conjuntura deverá pressionar a procura doméstica em alta, volumes e preços, particularmente preços dos serviços.
O Instituto Nacional de Estatística divulgou os dados relativos à remuneração Bruta Total mensal por trabalhador, durante o 4T23 (4º trimestre 2023). Destacamos o seguinte:
- 1 – O salário medio bruto durante o 4T23 foram €1 548 mensais, +6,1% homólogo e últimos 12 meses €1 496 (+6,6% homólogo);
- 2 – O aumento médio homólogo durante o 4T23 foi 6,1% vs. 6MMM (6 meses média movel) 6,2% e 12MMM: 6,6%;
- 3 – Aumentos mensais homólogos foram - out.: +6,1%; nov.: 6,3% e dez.: 5,7%;
- 4 – Inflação subjacente media no 4T23: 3% e últimos 12 meses: 5,1%
Comentário: Os dados do 4º trimestre mostram, como esperado, aumentos salariais acima da variação de preços, no entanto o pico de salários foi atingido em março: +7,8% e desde então desacelerou, dez.: 5,7% homólogo. Ainda assim, o ganho real, aumentos menos inflação estará em máximos, esperando-se algum ajustamento suave, isto porque o mercado de trabalho mantém-se forte, com o número de pessoas empregadas junto a máximos. Finalmente, o andamento destas variáveis é um estímulo ao consumo doméstico, pressionando, no entanto, os preços em alta, particularmente Serviços que não têm concorrência externa.
Em resumo, os aumentos salariais têm se reduzido suavemente de um pico atingido em março +7,8% homólogo para dezembro 5,7%; ainda assim em termos reais os ganhos aumentaram devido a uma redução mais intensa da inflação. Acreditamos, que o deferencial se manterá positivo, mas valores inferiores, inflação estável ou ligeiramente em alta e aumentos salariais inferiores. Por fim, esta conjuntura, aumentos salariais reais positivos, pressiona em alta a procura doméstica, impactando volumes e preços.
Fonte: INE, BdP, AS Independent Research
António Seladas, CFA
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