junho 07, 2021
O Banco de Portugal (BdP) divulgou o segundo conjunto de dados, sobre o sector bancário, referentes a abril. Os dados divulgados referem-se às taxas de juro nos novos Empréstimos às Empresas, Hipotecas e Consumo e as taxas de juro que remuneram os novos Depósitos.
Realçamos o seguinte:
Taxas de juro nos novos Empréstimos:
- Sociedades Não Financeiras: 1,99% vs. 12Meses Média Móvel: 1,93% e 3MMM: 1,89%;
- Hipotecas: +0,82% vs. 12MMM: +0,91% e 3MMM: 0,81%;
- Consumo: +6,51% vs. 12MMM: 6,48% e 3MMM: 6,46%.
Taxas de Juro nos novos Depósitos (até 1 ano):
- Empresas: 0,04% vs. 12MMM: 0,04% e 3MMM 0,05%;
- Indivíduos: +0,05% vs. 12MMM: 0,07% e 3MMM: 0,05%.
Margem líquida de intermediação (NIM, proxy):
- 1,95% vs. 12MMM: 1,97% e 3MMM: 1,90%.
Os dados de abril, nomeadamente, as taxas de juro ativas, nos novos Empréstimos às empresas e ao Consumo estão ligeiramente acima das Médias Móveis, enquanto no caso das taxas de juro à habitação, a concorrência mantém-se forte e as taxas de juro atuais mantêm-se abaixo da média móvel de 12 meses. Por outro lado, as taxas de juro na remuneração dos depósitos, encontram-se em níveis mínimos; ou seja, a margem de intermediação financeira, ou diferença entre taxas de juro ativas (taxas cobradas nos empréstimos) e taxas de juro passivas (taxas na remuneração dos depósitos) recuperou pelo segundo mês consecutivo, ainda assim encontra-se ligeiramente abaixo de 12MMM.
Em resumo, as taxas de juro parecem querer estabilizar em níveis reduzidos, procurando o sector subir as taxas de empréstimos às empresas e Consumo, os dois segmentos mais arriscados. O período que se inicia em outubro, com o fim das moratórias, é sem dúvida mais incerto, não sendo, portanto, de estranhar alguma pressão em alta, das taxas de juro ativas. De qualquer forma, julgamos que a tendência de taxas de juro baixas e margem de intermediação financeira pressionada, se manterá.
Fonte: Banco de Portugal, INE, AS Independent Research
António Seladas, CFA
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