Macroeconomia

dezembro 31, 2024

Vendas no retalho em novembro mantêm ritmo intenso

(tempo de leitura: 3 minutos)


Vendas no retalho em novembro, em volume, 6,4% homólogo, acima das médias moveis, mantiveram o perfil de outubro, com os consumidores a beneficiar de taxas de juro em queda, aumentos reais nos salários e políticas fiscais ultras generosas. “Alimentar”, +7,4% e “não Alimentar” 5,7%, evidenciando despesa enviesada para o “Alimentar”. Dezembro deverá ser menos exuberante, assumindo uma política fiscal mais normalizada.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou os valores de novembro relativos às vendas no retalho.
Os dados foram os seguintes:
1 – Índice do volume de negócios no comércio a Retalho a preços constantes (sem as vendas de combustível, automóveis e ajustamentos sazonais), ou seja, sem o impacto dos preços, +6,4% homólogo, vs. Média Móvel de 12 meses (12MMM) +3,8% e 3MMM +5,5%;
2 – “Produtos não-Alimentares” a preços constantes (sem vendas de combustível e automóveis) +5,7% homólogo vs. 12MMM: +2,9% e 3MMM: +5,4% (venda de automóveis em novembro: 4,0%);
3 – “Produtos Alimentares” a preços constantes: 7,4% homólogo vs. 12MMM: +4,9% e 3MMM: +5,6%;
4 – “Produtos Alimentares” a preços correntes (dados nominais, incluindo o efeito preço) +6,6% homólogo vs. 12MMM +5,1% e 3MMM: 4,6%;
4 – “Têxteis, Vestuário e Calçado” (dados nominais, incluindo o efeito preço) +7,8% homólogo vs. 12MMM: 4,9% e 3MMM: 9,5%;
5 – “Artigos para o Lar” 4,5% homólogo (dados nominais) vs. 12MMM: 1,9% e 3MMM: +4,0%;
6 – “Vendas por Correspondência, Internet e Outros Meios” (dados nominais) +4,2% homólogo vs. 12MMM 1,2% e 3MMM 5,1%.

Comentário: vendas no retalho, em volume, em novembro, +6,4% homólogo, acima das médias móveis, e em linha com outubro. Taxas de juro em queda, aumentos reais significativos nos salários e política fiscal ulta expansionista (em novembro Receitas Fiscais Efetivas, -13,9% homólogo; IRS: -42,1% e Despesa Efetiva: -0,5%) explicam o bom desempenho das vendas no retalho, perfil semelhante a outubro, também caracterizado, por diversos ajustes fiscais, com cariz expansionista. “Produtos não-Alimentares”, volume, +5,7% homólogo e Alimentares, 7,4%, ambos acima das médias móveis, explicam o desempenho das vendas. A política fiscal em dezembro deverá der menos generosa e como tal o desempenho das vendas no retalho deverá ser menos exuberante.
Em resumo, vendas no retalho em novembro, em volume, 6,4% homólogo, acima das médias moveis, mantiveram o perfil de outubro, com os consumidores a beneficiar de taxas de juro inferiores, aumentos reais nos salários e políticas fiscais ultras generosas. Alimentar, +7,4% e “não Alimentar” 5,7%, evidenciando despesa, essencialmente, no alimentar. Dezembro deverá ser menos exuberante, assumindo uma política fiscal com menos ajustes.

 

Fonte: INE, AS Independent Research


Artigo de autoria:
António Seladas, CFA

Voltar