Macroeconomia

junho 17, 2021

Indicador Coincidente do Consumo em maio em terreno positivo

O Banco de Portugal (BoP) acabou de divulgar, os indicadores coincidentes de maio, relativos à Atividade Económica e Consumo Privado. Os indicadores coincidentes procuram caracterizar a situação atual da atividade económica numa área particular, neste caso o Consumo Privado e a Atividade Económica em geral, ou seja, retratam o momento atual.

Os dados foram os seguintes:

1 – Indicador Coincidente de Atividade Económica: -0,5% homólogo, vs. -1,7% e -3.0% em abril e março, respetivamente (os valores anteriores foram revistos em alta). Compara com média móvel de 12 meses (12MMM) -4,80% e 3MMM -1,70%;

2 – Indicador Coincidente de Consumo Privado: +1.6% homólogo, vs. +0,5% e -0,9% em abril e março, respetivamente (valores revistos em alta); compara com 12MMM: -4,30% e 3MMM: +0,40%.           

Os indicadores coincidentes caminham inequivocamente no sentido da recuperação e no caso do Consumo Privado, encontram-se já em terreno positivo em termos homólogos, dentro do esperado, tendo em conta a abertura gradual da economia (os dados recentes foram também revistos em alta). O Banco de Portugal, ontem, no seu boletim económico de junho, já reviu, também, em alta o crescimento para os próximos anos, concretamente 2021: +4,8%; 2022: +5,6% e 2023: +2,4%; esperando que o nível de final de 2019 seja alcançado durante a 1ª metade de 2022 vs. a estimativa anterior que indicava 2ª metade de 2022.

Em resumo, os dados indicam uma recuperação, em linha com o ritmo de reabertura da economia e, portanto, não surpreendem. De referir, no entanto, um ritmo mais intenso do Consumo privado em comparação com o ritmo de Atividade Económica, o que estruturalmente é pouco saudável. De facto e depois de um aumento “forçado” da poupança que de alguma forma nos permitiu manter as contas externas com um desequilíbrio pouco expressivo, um forte fluxo de consumo, poderá beneficiar essencialmente, via importações, as economias do Resto do Mundo (RdM) e reduzir o nosso crescimento. Seria importante, manter estes níveis de poupança e adotar medidas nesse sentido.

Fonte: BoP, AS Independent Research


Artigo de autoria:
António Seladas, CFA

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